29 de março de 2011

Opinião pessoal sobre línguas

Olá!

Depois de quebrar a cara algumas muitas, várias vezes com métodos e cursos de língua estrangeira, gostaria apenas de deixar minha opinião sobre o assunto. Este é um post que demorei uns 3 meses compondo pouco a pouco de forma a mostrar de forma real minha visão sobre o assunto, e espero que venha a ser útil!

Só para que entendam, estudei em cursos onde o método era convencional, de conversação, intensivos e por fim aulas particulares em inglês.

Primeiramente vejam que quando eu falo "fluente" em todo o texto, não estou levando em consideração sua perfeição na língua, até porque fluência só é obtida plenamente com contato integral e rotineiro com a língua após anos, mas neste nível que citei provavelmente você terá a possibilidade de viver e trabalhar na língua.

Em grandes parte das fases da vida precisamos errar pra aprender. Erramos pra aprender português, erramos na escola, erramos como profissionais, como pessoas. Enfim, tiramos disto tudo um aprendizado, e é aí que entra a fluência após grande exposição aos erros.

O que tirei de tudo isso?

Métodos convencionais: NÃO FUNCIONAM! "Pera aí, mas eu consegui fluência na língua apenas estudando regularmente por 6 anos", OK, mas vamos ver o que você fez paralelamente a isso? Você viajou pra fora do país? Seu ritmo de estudo era forte fora da instituição de ensino? Você se envolvia ativamente com a língua neste período? Você passou por cursos de aprimoramento e aperferçoamento após terminar os cursos regulares? Se sua resposta for positiva para pelo menos 2 dessas perguntas acima, muito provavelmente você aprendeu inglês basicamente sozinho, com apenas apoio técnico da escola. Você lógicamente não será um total desconhecedor da língua ao cursar estes métodos. Provavelmente saberá ler textos, escrever, entender e falar, todos com alguns erros, mas acredite, você estará longe de conseguir o que quer, a fluência. Vai travar ao conversar com um nativo ou pessoa com conversação corrente, seja na escuta ou na fala. Se você acha que você está no avançado (conforme o nível do método que você estudou diz), regrida em sua mente e saiba que você está no intermediário, pois será isso que certificados de proficiência dirão sobre você se você realizar algum. Conheço MUITA gente que terminaram cursos de línguas em escolas renomadas que não fizeram nenhuma dessas opções acima paralelamente, e no fim das contas não chegariam a obter nem mesmo 6 no IELTS ou B1 no DELF. É triste.

Métodos baseados em conversação: Rendem fluência! Calma... Vamos aos fatos. Em cursos que você visa aprender na seguinte ordem: escutar, falar, ler e escrever, você consegue um aproveitamento muito maior do que em métodos convencionais baseados em gramática pura, onde o ciclo de aprendizagem é justamente o inverso do que citei acima. Estes são geralmente muito mais motivadores do que os convencionais, pois você vê os resultados. Durante os mesmos 6 anos que você faria o convencional, se fizer conversação, você fica próximo de ser fluente, com mesma quantidade horária de aulas, talvez até antes dos 6 anos. A gramática nestes cursos fica realmente baqueada, mas o que importa em primeiro momento é entender e falar, pra depois aprimorar e aperfeiçoar a língua, pelo menos ao meu ver.

E os intensivos? São ótimos também. Rendem APRENDIZADO RÁPIDO, mas não fluência rápida. São comuns os cursos em que você estuda 6 anos em 1 ou no máximo 2 anos de intensivo. Estes são interessantíssimos, pois você obtem um bom e rápido embasamento gramatical sem perder a conversação que é, quase sempre, fato foco nestes cursos. Tem um contato diário com a língua, com no mínimo 1 hora e meia de aula por dia (como normalmente é nestes cursos). Pra quem precisa de agilidade à curto e médio prazo (1-2 anos), esta é uma opção de certa forma barata, se pensarmos no valor final, e que dá resultado satisfatório. É realmente interessante, pois você não tem tempo para esquecer a matéria tendo aulas de forma tão recorrente. Ainda hoje faço esta modalidade, e recomendo muito para quem quer emigrar e conquistar horas de comprovação de línguas rapidamente. Nesta modalidade, perde-se muito os pequenos detalhes, por não haver tempo de revê-los o tempo todo e também pela massividade de informação por semana. A imagem foi de propósito mesmo, é como estar dirigindo à 170 km/h com um pedacinho do freio de mão puxado (rs..). O que quero dizer... Você avança rápido, porém é pesado e trabalhoso! Esse é meu preferido.

Cursos online: Não rendem fluência. Espera, deixa eu molhar o bico... rs... Estes cursos são bons e ruins ao mesmo tempo. Ruins porque não possuem grande envolvimento real com a língua. É você e a máquina. Não é mesmo comparável com o "ao vivo", afinal, é uma máquina avaliando seu modo de falar e escrever. Alguns deles possuem professores sim, mas prefiro o "tête-à-tête". Bons porque possui mobilidade, você pode estudar onde for e na hora que quiser, ponto que também é uma "faca de dois legumes" (rs..). Entre os modelos de cursos online, posso citar EFQ, Live Mocha, Learn French by Podcast, entre inúmeros outros. O interessante é que eles possuem diferentes focos, e diferentes formas de aprendizagem. O EFQ, por exemplo, é um curso québecois focado em conhecimentos para imigrantes, e pelo que tenho visto a respeito, se assemelha a francisation en ligne em questão de conhecimentos sobre Québec, já o Live Mocha é para aprendizagem e relacionamentos de aprendizagem entre pessoas do mundo inteiro para diferentes línguas e nacionalidades, e por fim o LF by Podcast que é uma das vastas boas opções disponíveis para por no carro e ir escutando e aprendendo durante aquele caótico congestionamento, e o mais interessante, é em inglês ensinando francês. Já exercita em dobro. OK... Concluindo... Estes são bons apenas para exercitar a língua ou os conhecimentos específicos.

Aulas particulares: Maior desenvoltura da fluência, mas esta ainda não é plena. Nesta modalidade, se você cursa pelo menos 3x por semana aulas somente você e o professor, a coisa rende bacana. Digo 3x, pois lhe dá a possibilidade de ganho muito veloz na língua falada, e você não fica muito tempo durante a semana sem contato com a língua (claro que depende do contato fora das aulas também), e também não se sobrecarrega com muita informação (em caso de mais de 3x por semana). Aqui você pode focar no que precisa, corrigir os seus erros, e não os dos outros, além de não precisar seguir o ritmo da turma, somente o seu. Claro, é o mais caro entre todos os demais mas considero a medida mais emergencial, eficaz e rápida que se pode ter. A única ressalva, que é o ponto positivo e negativo ao mesmo tempo, é a falta de colegas de sala. Positivo, pois você possui o tempo inteiro do professor só para você, e é simples: "Aprendeu?" "Sim." "Então vamos avançar...". Negativo, pois você não escuta diferentes pronúncias e sotaques línguisticos (algo muito importante para quem vai para países com tamanha diversidade de pronúncias, como o Canadá), e até mesmo não surgem dúvidas de outrem que poderiam ser as mesmas suas e que nunca viriam a surgir por conta própria. Também fiz esta modalidade por pouco tempo, e gostei. Talvez retome esta modalidade quando estiver mais próximo da entrevista se os recur$o$ permitirem.

Eu sou muito realista e exigente com as coisas que faço, e odeio perder tempo com algo que me desmotive ou que não me dê resultados, não necessariamente rápidos, mas concretos. Passei por todas essas situações acima, e recomendo todas, exceto métodos convencionais e cursos online (sem acompanhamento de uma outra modalidade de curso acima citada). Todas dependem das expectativas, necessidades e do bolso. Tenho gostado do custo benefício dos intensivos!

Não citei outras modalidades de estudo, como intercâmbio por exemplo, pois foram estas as quais presenciei de fato, e não acho justo falar de algo que nunca fiz.

Para alguns pode parecer chato essa coisa de eu ficar criando posts com nossos progressos e opiniões sobre coisas como línguas, planejamento, etc... mas creio ser mais um ponto de referência e pesquisa para quem quer emigrar, e eu pelo menos tive bastante dificuldade em encontrar informações deste tipo nos blogs ou fontes oficiais.

Finalizo novamente lembrando que tudo que falei trata-se apenas de minha própria opinião. Para alguns pode ser um dificultador, ou uma ajuda. Espero que ajude mais que atrapalhe. E desculpem pelo post biblico e pela paciência de ler até aqui. rs..

Abraços.

8 comentários:

  1. Antes de virmos pro Canadá fiz um curso que foi muito bom, um intensivão, mas dei sorte de pegar um professor excelente.

    E a vida segue...

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  2. Gostei da postagem.

    Atualmente estou usando o método convencional no francês e aulas particulares no inglês, todos aliados ao uso de podcasts e estudos individuais(principalmente gramática). Nunca fiz intensivos nem os baseados em conversação, mas meus melhores resultados são com a aula particular. Infelizmente esse modelo é bem dispendioso.

    Bom estudo
    Daniel Cunha
    https://canada.oscunha.com.br

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  3. eu estudei inglês, nos primeiros anos, no CCAA, acho que não presto pra nada. depois passei ára o yásigi e acho que foi ai que fui aprender melhor a língua. mas acho que só vamos APRENDER mesmo fazendo um curso fora do noso país de origem e vivendo lá fora por um bom tempo para adquirir fluência, coisa que eu sinto que com todos esses anos, ainda não tenho em inglês.
    já em francês , desde o início (março de 2010) faço aulas com professor particular. mas no caso, comecei com uma amiga, depois passamos a ter aulas com outros 2 e acho que vale. a turma não pe grande e dá para o professor dar atenção a cada um. este ano, minha turma sao 3 pessoas contando comigo.
    acho que quanto menor a turma melhor.

    quando estudei inglês na YMCA em Montreal (2003) minhas turmas nao eram grandes. acho que foi muito proveitoso.

    abraços.
    http://meetyoutherecanada.blogspot.com/

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  4. Obrigado pelo comentario no nosso blog e boa sorte no seu projeto de viver no Canada.
    Abs!

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  5. Estamos gostando muito do intensivo na alianã Francesa... só é muito cansativo e temos que estudar todos dias, senão perdemos o fio da meada! :-)
    Na nossa turma tem mais 4 pessoas querendo emigrar, assim que combinarmos um encontro só para tratarmos disso, aviso vcs, ok?
    Obrigada pelo comentário em nosso blog, vou ler os outros post deste blog, parecem bem interessantes!
    abraços, Lu e Marcelo

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  6. Acho que depende do professor tb além do curso. MAs acho que a melhor forma de aprender é realmente viver no país da língua que se quer aprender. Aprender o básico aqui para poder pedir algo, e tal, - assim o inglês é essencial, enfim, eu aprendi tanto inglês quanto o francês no Canadá.

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  7. Oi, Felipe! Tudo bem? Gostei desse seu post, concordo plenamente apesar de não ter experimentado todas as opções que você descreveu. Pelo bom senso já dá pra perceber que é mais ou menos por aí mesmo...

    Respondendo a pergunta que você deixou lá no QuébecQuando: sim, nós fizemos o Delf B1 e é isso que vamos colocar no DCS. O meu inglês é bem meioa-boca então vou chutar um intermediário que não vai fazer muita diferença... Já o Rafael tem um teste de proficiência chamado Michigan que atesta nível avançado de fluencia e é ele que vamos colocar no formulário. Acho que é só o que conta já que o aplicando principal é o Rafa.

    Abraços,
    Lídia.

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  8. Bem, boa sorte ! Eu sei que você pode fazê-lo . Tornar o sonho uma realidade

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Obrigado por me acompanhar! :)