16 de junho de 2014

Depredação, Copa, e Outras Tristezas Mais

Antes de qualquer coisa, eu sei que essa "choramingação" é chata, mas aqui vai um post desabafo.

Eu sou uma das pessoas mais anti-futebol que há na Terra, muito disso advindo da realidade brasileira com relação a esse esporte. Muito tristemente o futebol é a razão da amnésia generalizada da população para a violência, a corrupção, a saúde precária, e todos os blablabla's da triste realidade brasileira. O futebol é a "paixão nacional", a forma de fazer com que todo mundo seja patriota por 30 dias, a forma de alegrar a vida de comunidades carentes, a forma de reunir pessoas que se tratam na base da hipocrisia... Mas pera, onde está o foco de tudo isso, pelo amor de Deus?

Hoje, em uma conversa com colegas do trabalho, um espanhol disse que no seu país não se param as atividades normais de trabalho e do país por conta de esporte nenhum. Eles possuem fortes atletas em diversas modalidades, torcem, apoiam, mas a vida anda, o cotidiano não pára. Teve jogo? Beleza! Ganhou bem, não ganhou, amém! Vamos ao trabalho! E essa cultura do feriado nacional para assistir jogo da copa, de horários especiais, de fechar todas as vias que circundam os estádios, e essa felicidade brasileira de ter folga pra tudo, inclusive para a copa, mostra que a nossa cultura se mata de dentro pra fora.

Não adianta colocarmos a culpa na Dilma, no fulano ou cicrano. O problema é NOSSO. Deveríamos nos alegrar em trabalhar, em fazer a diferença, em ver as coisas mudando com as NOSSAS MÃOS. Mas não, sentamos, assistimos aos jogos, reclamamos de tudo e todos, e "tomamos ferro" de todos os lados porque os "inconformados" no Brasil são uma minoria que não faria nem cócegas na triste realidade do país. Manifestações de 10 mil pessoas no senado parece até brincadeira para uma nação de MILHÕES E MILHÕES E MILHÕES DE PESSOAS.

Quando acordei pela manhã hoje, encontrei minha moto depredada porque o ladrão ou viciado que tentou, não conseguiu leva-la e escolheu quebrar o que conseguia para inutiliza-la. Não estou dizendo que no Canadá, na Europa ou na "casa da mãe Joana" não tenha ladrão, viciados e afins. Todo lugar tem. O problema é a bendita cultura do "vou pisar na cabeça do próximo, pois essa é a forma mais fácil, barata e rápida de conquistar o que eu quero". Isso é Brasil. Não adianta, todos nós temos isso nas entranhas, e diariamente vemos bizarrices por todos os lados.

Dou graças a Deus, pois tenho a oportunidade de ir para um país que ao menos respeita o meu esforço, meu trabalho, minha família e oro para que aqueles que ficam possam ter o mínimo de dignidade e a mesma ou melhores oportunidades que eu tenho para ter uma vida melhor.

O Canadá com certeza não é o Éden, mas o Brasil, a cada dia que passa, não é o meu lugar...